O Instituto
de Arquitetos do Brasil, departamento do Rio Grande do Sul (IAB-RS), sediou na
noite desta segunda-feira, dia 17/09, evento questionando os candidatos a prefeito
de Porto Alegre com base no documento: 10
pontos por um PROJETO DE CIDADE. Os candidatos lembraram-me alunos que, quando não sabiam a resposta, enrolavam e nada diziam.
Criticas foram apontadas sobre a real participação popular nas decisões da cidade.
A atual administração das secretarias municipais é arcaica e caótica. Apenas um
dos candidatos apresentou clara proposta de otimizar os processos. Os
arquitetos exigiram soluções para problemas endêmicos que há décadas assolam
Porto Alegre: planejar a cidade e mantê-la no curso, através de um Instituto de
Planejamento gerido exclusivamente por técnicos concursados, sem interferência
política. Planejamento urbano em 4 anos, além de impossível, é danoso.
Sorteio
definiu as questões a cada um. Sorte não os ajudou, pois a maioria fugiu das
perguntas com respostas evasivas, ou genéricas, ou exemplos de áreas de sua maestria,
como a educação, mas que não se aplicam ao urbanismo, ou ainda deslizaram para
discurso de palanque. Mais graves foram as propostas tecnicamente ineficientes
e as mirabolantes.
O candidato
a vice da atual administração cometeu a heresia de explicar a contratação do
arquiteto de Curitiba à orla do Guaíba, estando dentro da casa dos arquitetos. Um
adversário o rebateu: ”E não existem arquitetos em Porto Alegre?” Este último foi
ovacionado. Os arquitetos demandam concursos públicos para os projetos das áreas
públicas.
O mundo já sabe:
prefeitos, se não forem arquitetos
urbanistas, não têm formação para lidar com as questões estratégicas urbanas. Uma
cidade é um grande canteiro de obras que está em constante transformação para
fornecer suporte a todas as outras atividades. A menos que adotemos sistemas de
gestão existentes nos EUA e na Europa, onde um técnico administra a cidade, por
anos a décadas, e não um político, sem formação e de curta duração no poder,
dificilmente ocorrerão melhorias significativas e consistentes nas cidades
brasileiras. Fica a pergunta: Prefeito, pra quê?